A construção civil é a Industria que mais rapidamente gera emprego na cadeia produtiva. Sozinha movimenta 97 setores da atividade produtiva, sendo 62 de atividades industriais e 35 atividades de serviço. Portanto, tem capacidade de alavancar ou puxar o mercado com grande quantidade de empregos diretos e indiretos, como por exemplo, em toda a indústria de transformação, materiais, têxtil, química, equipamentos de proteção individual e coletiva, transporte, combustível, energia e outras.
A ocupação de empregos na construção civil em dezembro de 2019 envolvia 6.829 milhares de trabalhadores sendo que em abril de 2020 estava em 5.896 milhares (IBGE), com redução de 1 milhão no setor, conforme informações do Ministério da Economia, foi o que menos perdeu emprego em 2020, graças ao trabalho ininterrupto durante a Pandemia (Estado de São Paulo foi primeiro a considerar como serviço essencial e depois seguido pelo governo federal).
A evolução do emprego na construção civil, mesmo antes da atual Pandemia foi um dos poucos positivos sendo que em 12 meses (2019) teve um saldo positivo de 71.115 empregos, no Brasil e no Estado de São Paulo 19.385 (na Grande São Paulo 11.731), fontes IBGE.
A participação do PIB em 5 anos chegou a 4% do total das atividades, apesar da grande queda por falta de investimento e o uso indevido do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço que foi utilizado por diversas vezes de forma inadequada como forma de disponibilizar liquidez para o trabalhador. Isto, facilmente explicado pelo objetivo do fundo que fomenta o financiamento da habitação popular, como o programa Minha Casa Minha Vida, Saneamento Básico e Mobilidade. O setor demonstrou para governo federal, em várias oportunidades, o equívoco da utilização do Fundo como maneira de distribuição de renda.
O setor imobiliário, com todas as dificuldades atuais apresentou um acréscimo de 35.000, unidades em doze meses (2019), sendo que a oferta e vendas praticamente se equilibraram no período, sendo que o grande alavancador do resultado foi o Estado de São Paulo.
O setor de infraestrutura ainda é muito dependente de investimentos do Estado, apesar do baixo investimento atual. Em particular as pequenas e medias empresas que dependem do estado e atualmente vêm enfrentando e sentindo os reflexos da situação econômica com falta de investimentos em obras públicas e privadas principalmente na construção civil que, apesar de ser o setor que mais rapidamente gera emprego, inclusive sem qualificação, sendo um dos segmentos que mais está sendo impactados com a atual crise, necessitando de toda a atenção da Administração para cuidar da preservação e manutenção dos empregos. São essas empresas que constroem os hospitais, as escolas, fazem pavimentações, galerias, obras emergências, manutenção em prédios e reforma em geral.
Um dos grandes problemas para o segmento das obras públicas são os constantes atrasos nos pagamentos de serviços executados para os entes públicos, não raros atrasos chegam a um ano obrigando as empresas muitas vezes a procurar reparação na justiça com o risco de receber com precatórios.
A Industria da construção civil também defende a participação da iniciativa privada no desenvolvimento das atividades publica privada como por exemplo a grande dívida do estado com a população brasileira como o saneamento básico.
Mais de 60 entidades apoiam o PL 4162/19, texto que traz possibilidade de universalizar e modernizar o setor do saneamento.
A construção civil também tem tradição de cuidar de seus trabalhadores e dar todas as condições necessárias para o melhor desempenho das atividades como a observação de todas as normas regulamentadoras e benefícios aos seus empregados. A Importância, como citado acima considerado como serviço essencial é demonstrado por pesquisas do SECONCI-SP, Serviço Social da Construção que pela sua expertise é uma OSS-Organização Social de Saúde das melhores, que na ultima pesquisa (10 de junho 2020), envolvendo 21.263 trabalhadores, mostrou o trabalho sérios com os seguintes resultados: 2,1% foram afastados por suspeitas de CODIV-19; 1% afastado por doença. 95% dos empregados estão em atividades; 97% das empresas adotam medição de temperatura, higienização das mãos, orientações diárias sobre prevenção, higienização e demarcação de área de vivencia e fornecimento de mascaras para o transporte; mais de 90% fazem mais que todas as orientações da OMS e da Secretaria de Trabalho. Um exemplo para todas as atividades.
São Paulo, junho de 2020
Eng. José Elias F. A. Hiss
Diretor Executivo